segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Porquê este mestrado?

Fará no próximo ano 20 anos que concluí a minha licenciatura em Comunicação Social no ISCSP, ainda na velhinha Junqueira. Atendendo a que o último ano do curso foi passado já parcialmente a trabalhar e a concluir o trabalho final de curso, fará provavelmente agora 20 anos que deixei a academia. E nunca mais voltei!

Amanhã inicio o Mestrado em Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação do ISCTE-IUL, dirigido pelo Professor Gustavo Cardoso. Já há algum tempo que tinha vontade de voltar à academia. Esta era uma ideia que, durante os últimos anos, volta não volta regressava ao meu espírito. E quando deparei com este mestrado, fiz um pouco de flashback sobre quais eram as minhas expectativas quando saí da Universidade, qual tinha sido o meu percurso desde então e também como perspectivava o futuro. E fiquei com ainda mais vontade voltar!

 Esta foi a forma como tentei explicar as razões de candidatura na carta de motivação que juntei ao processo:

Lisboa, 30 de Maio de 2012 
Esta carta tem por objectivo explicar porque razão gostaria muito de frequentar o Mestrado em Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação do ISCTEIUL no ano lectivo 2012/2013. 
Eu concluí a licenciatura em Comunicação Social, no ISCSP-UTL, no ano lectivo 1992/1993. Na altura, a opção por este curso prendeu-se já com a abrangência do mesmo quanto às diferentes abordagens do fenómeno comunicação no contexto social – jornalismo, relações públicas, marketing e publicidade, etc. Já na altura me interessavam bastante as diferentes formas como a comunicação e a transmissão de informação interagia com as estruturas e as práticas sociais. 
Após a conclusão da licenciatura, iniciei uma carreira no jornalismo especializado, passando por várias publicações da área automóvel, todas editadas pelo grupo Motorpress, que publica variadíssimos títulos de imprensa especializada. Nesse percurso de quase duas décadas, fui jornalista do Guia do Automóvel, chefe de redacção do semanário Autohoje e director da revista Automagazine. 
Paralelamente, desde o início da generalização da internet que olhei o fenómeno como muito interessante do ponto de vista do seu papel na forma como a comunicação e a informação agem socialmente. E desde início que procurei acompanhar a evolução da internet e – tanto quanto possível – adaptar a oferta informativa que profissionalmente produzia, aos novos canais informativos que se abriam. 
Esta ligação às novas tecnologias de comunicação e informação então emergentes levou a que – desde há 2 anos – me tenha sido proposto o cargo de sub-director de multimédia da Motorpress Lisboa, com responsabilidade por desenvolver todos os novos canais e novas tecnologias de comunicação e informação relevantes para os títulos editados pela empresa. O cargo é extremamente aliciante e coloca-me – como será de calcular – no centro do “furacão” que actualmente varre os sector dos media e que, naturalmente, é “alimentado” pelas mudanças que estão a ocorrer nas tecnologias de comunicação e informação. 
Mas sempre achei – e continuo a achar – que a forma como a mudança colossal a que estamos a assistir nas tecnologias de comunicação de informação impacta os media tradicionais é apenas uma pequeníssima parte da forma como impacta a sociedade no seu todo e em múltiplas das suas variantes de funcionamento: da política à família; da pertença social à pertença nacional; do lazer às profissões, etc, etc, etc. 
Por isso, quase 20 anos depois de concluir a licenciatura e iniciar a minha carreira profissional, a vontade de voltar à academia começou a tornar-se cada vez mais presente. Tive oportunidade de assistir recentemente a várias conferências e palestras organizadas pela vossa escola que reforçaram a ideia de que há muito por aprender no contexto de rápida mudança em que as nossas sociedades se encontram. E é isso que me leva a candidatar-me a este mestrado: por um lado, a necessidade de perceber melhor a verdadeira profundidade social dos fenómenos comunicativos num mundo em mudança; e, por outro, o desejo de enriquecimento pessoal e curricular que essa aprendizagem me pode proporcionar. Num terceiro nível gostaria de – na medida do possível – dar um contributo de investigação para a compreensão desses fenómenos. 
Penso que no essencial está explicada a “motivação” para fazer o vosso mestrado, mas estou naturalmente ao dispor para aprofundar e/ou complementar qualquer informação que pretendam. 
Obrigado.
Há certamente cursos de pós-graduação mais adequados a quem queira ascender na escala profissional. Mais técnicos. Mais "how-to" em vez de "why". Mas não é isso que eu quero. Como há mais de 20 anos, quando escolhi o meu curso (recordo-me que tive esta mesmíssima sensação), o que eu quero é aprender! Reflectir sobre as coisas sem constrangimentos e procurar respostas para as perguntas que realmente interessam! Aquelas que me interessam!

Espero que o Mestrado me dê essas respostas e estou confiante que isso vai acontecer. Espero também conseguir "encaixar" o muito trabalho académico que espero ter a partir de agora entre a profissão e a família. Sei que não vai ser fácil. Mas, como se costuma dizer, "quem corre por gosto não cansa" e como nenhum desses "apartados" da minha vida está mais, espero conseguir conciliá-los a todos!

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