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sábado, 23 de fevereiro de 2013

Os fãs das marcas de automóveis e a criação de valor

Para a cadeira de Culturas Digitais, Fãs e Web 2.0 era suposto escolhermos e estudarmos um fandom.
Eu procurei dirigir o estudo para aquilo que no fandom pode significar acréscimo de valor. E escolhi estudar nessa perspectiva o Fórum Autohoje Online. Primeiro porque é uma comunidade perfeitamente estabelecida e solidificada e, depois, porque basta olhar para ele para perceber que há muitas decisões de compra - muitas mesmo! - que são tomadas depois de uma "consulta" ao fórum. Ou seja, as recomendações peer-to-peer desempenham um papel fundamental para quem frequenta e consulta o fórum e, nessa medida, são um exemplo do tipo de acréscimo de valor que as comunidades online exercem sobre o seu objecto. Tanto em favor da marca ou marcas de que os membros da comunidade são fãs como em favor da plataforma na qual constituem a comunidade e exercem esse acréscimo de valor. Ou seja, neste trabalho interessava-me tentar perceber de que forma os fãs das marcas de automóveis que frequentam o fórum acrescem valor às marcas de que são fãs. Mas - tão ou mais importante - interessava-me também perceber como é que acresentam valor à própria comunidade, pois essas conclusões são aquelas que podem ser extrapoladas para todas as comunidades de user-generated content. Para o Fórum Autohoje Online mas também para o Facebook, o Twitter, o Instagram, o YouTube, até o Google Search. É isso que realmente é novo na forma como organizamos social economicamente a maneira de comunicar e é isso que me interessa estudar.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O Megaupload segundo Habermas



Esta entrevista de Kim Dotcom é a todos os títulos notável. Quem achar que o Megaupload é que é o problema é porque realmente não percebe nada do que se está a passar.

Em primeiro lugar porque  Kim Dotcom exibe, um a um, todos os argumentos - todos! - que defendem empresas como a sua em casos como o seu. E que explicam, de uma forma cristalina, como ele (ainda por cima por causa da sua personalidade exuberante e exibicionista) está a ser usado como exemplo e como bode expiatório. Faz lembrar Julian Assange e o paralelo está longe de ser inocente.

Em segundo lugar porque - como ele afirma, e bem! - a Microsoft também o está a fazer, a Google também, até a Ubuntu. Ou seja: ele é, como a Google, o Facebook, o Twitter ou o Instagram, um intermediário. Ele é o middle man. E culpar hoje o middle man é o mesmo que culpar o mensageiro. Confrontar o mensageiro - seja ele o Megaupload ou a Google - é desviar a atenção do essencial. O que importa, o que realmente importa, é aquilo que está a acontecer entre os pontos que o mensageiro une.

E é aí que entra Habermas. O que eu acho que está a acontecer, sinceramente, é desmercatilização da informação. A informação está a deixar de ter valor comercial. Habermas explicou como o lado comercial da informação destruiu o jornalismo, a esfera pública e a própria política. Pois bem, aquilo perante que estamos é exactamente a inversão desse caminho: a informação, que deixou de ter valor comercial por efeito da sua abundância, volta a instituir as virtudes clássicas do jornalismo - a internet é hoje uma réplica quase perfeita do jornalismo literário de Habermas - volta a instituir uma verdadeira esfera pública (já agora.. global) e repõe o primado da política. O mundo de hoje não pode deixar de ser, aos olhos de Habermas, um  mundo melhor!