Ok, o modelo de negócio dos media está esgotado e a sua função social mudou radicalmente! E então, como fica o jornalismo? O que é o jornalismo, afinal? Qual é a sua função no contexto da sociedade em rede mediada por computadores e ligada por tecnologias de informação e comunicação digitais? Há futuro para o jornalismo fora dos modelos de negócio tradicionais? O jornalismo ainda faz falta no mundo em que vivemos? Se o jornalismo tiver futuro, que futuro é esse?
Estas serão algumas das questões que me irão estar a ocupar nos próximos tempos. Respostas (possíveis) lá para Novembro!
P.S. Quem conhecer bons exemplos, que me os indique, s.f.f. Obrigado!
Blogue de acompanhamento ao Mestrado em Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação do ISCTE-IUL, anos lectivos 2012-2013. Reflexões sobre os temas tratados. Ligações relevantes e informações complementares.
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sexta-feira, 1 de agosto de 2014
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
Os media e a inovação
Na cadeira de Modelos de Negócio e Economia do Software de Código Aberto, leccionada por 3 professores diferentes, a avaliação era também um pouco estranha, com 60% da nota derivados de duas apresentações em aula sobre business models e 40 por cento resultantes de um trabalho escrito sobre inovação.
Na parte dos modelos de negócio, o mais interessante foi a descoberta do Business Model Canvas de Osterwalder. Não conhecia este recurso e realmente é muito interessante e desconfio que ainda me vai ser muito útil futuramente em termos profissionais. Quem não conhece e trabalha numa área que envolva o desenvolvimento de novos negócios deve ficar a conhecer.
O trabalho escrito sobre inovação partia de um modelo de inovação chamado Chain-Interactive Model e passava pro aplicar esse modelo a um negócio ou sector em concreto. Eu achei o modelo interessante (sobretudo pela sua complexidade) e achei que seria interessante aplicá-lo precisamente ao sector dos media. O resultado é o pequeno trabalho (mais curto do que os restantes) que está publicado na minha área do Academia.edu.
O mais curioso neste trabalho é que ele me permitiu sistematizar algumas ideias sobre a forma como as alterações do modo de produzir, distribuir e consumir informação afectam o negócio dos meios de comunicação social tradicionais e que transformações eles têm que (tentar) implementar para conseguirem adaptar-se às condições de inovação no novo mundo digital em que vivemos. É um trabalho mais ligeiro que o habitual, mas ainda assim merece aqui um referência. Está feita!
domingo, 20 de outubro de 2013
Mestrado, ano 2
Começou o segundo ano de mestrado. Depois de ter publicado aqui todos os trabalhos submetidos a avaliação no primeiro ano, tenciono fazer o mesmo no segundo ano. Este ano lectivo terá apenas 3 unidades curriculares - uma obrigatória, uma optativa metodológica e uma optativa livre. Todo o trabalho será dirigido à produção da dissertação de Mestrado.
A unidade curricular obrigatória - Dissertação em Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação - irá correr todo o ano e conduzirá a uma dissertação que será orientada pelo professor Gustavo Cardoso. O meu objectivo é fazer uma dissertação sobre "o valor económico e social da informação no quadro da sociedade em rede" e o que pretendo basicamente é tentar perceber se a transição para a sociedade em rede afectou o valor (económico e social) da informação e como. Será uma dissertação que começa por ser teórica, mas recorrerá à recolha de dados de várias fontes (secundárias e ou primárias) para produzir conclusões.
O projecto de investigação está descrito detalhadamente no trabalho sujeito a avaliação na cadeira de Desenho de Pesquisa, mas acho que anda não tinha publicado aqui este powerpoint que apresentei na aula e que basicamente resume aquilo que irei estar a estudar ao longo deste ano.
A unidade curricular obrigatória - Dissertação em Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação - irá correr todo o ano e conduzirá a uma dissertação que será orientada pelo professor Gustavo Cardoso. O meu objectivo é fazer uma dissertação sobre "o valor económico e social da informação no quadro da sociedade em rede" e o que pretendo basicamente é tentar perceber se a transição para a sociedade em rede afectou o valor (económico e social) da informação e como. Será uma dissertação que começa por ser teórica, mas recorrerá à recolha de dados de várias fontes (secundárias e ou primárias) para produzir conclusões.
O projecto de investigação está descrito detalhadamente no trabalho sujeito a avaliação na cadeira de Desenho de Pesquisa, mas acho que anda não tinha publicado aqui este powerpoint que apresentei na aula e que basicamente resume aquilo que irei estar a estudar ao longo deste ano.
Os meus colegas e amigos jornalistas não irão gostar dos resultados esperados desta investigação, mas, em rigor científico e bom senso profissional, estes são mesmo os resultados que eu espero obter. Lamento pelo jornalismo e pelos jornalistas, mas espero que possa contribuir para ainda ir a tempo de despertar algumas consciências!
Como acho que já tinha escrito aqui, esta investigação começou por ser motivada pela procura de um novo modelo de negócio para os media. Mas entretanto tornou-se algo mais do que isso. As transformações em curso nas sociedades modernas são muito mais massivas do que isso! A desconstrução do modelo de negócio e da função institucional dos media tradicionais é apenas uma das suas consequências colaterais. É possível que venham a ser encontradas novas formas de institucionalizar a distribuição de informação em sociedade e até é possível que os jornalistas venham a ter um papel social relevante nessa institucionalização, mas isso será já num contexto radicalmente diferente daquele em que vivemos e (alguns de nós) trabalhamos.
Daqui resultará uma dissertação que terá no máximo 40 páginas, com um grande formalismo de apresentação, que será defendida num acto público perante um júri, à boa maneira académica.
Para a cadeira opcional de metodologias escolhi Análise de Redes em Ciências Sociais. Uma das partes do projecto trata precisamente disto e pretende analisar as redes sociais online como veículo de distribuição de informação e, ainda mais do que isso, tentar perceber de que forma o valor da informação aumenta ou diminui com a multiplicação de ligações permitida pela sociedade em rede. No trabalho para esta unidade curricular tentarei fazer uma aproximação a esse estudo. Obviamente é possível fazer um inquérito às pessoas e recolher a sua opinião sobre o seu próprio comportamento online, mas eu gostaria de ir mais além e de usar ferramentas e indicadores quantitativos para chegar lá. É para isso que quero esta cadeira.
Para a cadeira opcional livre ainda fui à procura de uma cadeiras que se chamava Corpos Tecnológicos, estive temporariamente inscrito numa interessante cadeira de Vigilância, Controlo e Identificação (que acabou por não se realizar) mas só enquanto não tive a confirmação que me podia inscrever em Modelos de Negócio e Economia do Software de Código Aberto, do mestrado en Software de Código Aberto. Naturalmente, é uma área completamente deslocada das que tenho frequentado até aqui (os colegas vêm quase todos de engenharia informática!), mas daqui pretendo tirar pelo menos três coisas: primeiro, um melhor conhecimento teórico e práticos sobre a construção e avaliação de modelos de negócio, para depois poder usar na minha dissertação; depois, um melhor conhecimento dos modelos de negócio alternativos aos dos media tradicionais, muitos deles open source, de forma a poder comparar uns com outros. Esta é ate ao momento a cadeira onde ainda estou mais perplexo, mas confio que a coisa irá a bom porto.
Houve outras novidades ao longo deste meses, mas sobre essas falarei mais tarde noutros posts.
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Google, Facebook e Twitter: os novos media
Lembrei-me desta tese quando estava a preparar o draft inicial para um trabalho para uma das cadeiras do mestrado. O tema tem a ver com a desregulação do negócio dos media e isto, naturalmente, está relacionado. Provavelmente, ainda vai fazer parte da tese:
"Mas há outro aspecto – completamente separado deste – em que este alvoroço em torno da Google suscita reflexões interessantes. Que é este: para mim é sempre muito curioso ver a agressividade com que estas empresas – Google, Facebook, Twitter – procuram manter ou conquistar territórios negociais. Como se não soubessem muito bem o que é que na realidade fazem ou estarão a fazer daqui a 5 anos. E na verdade é isso mesmo que acontece. A Google é utilizada universalmente, o Facebook tem mais de 800 milhões de utilizadores e o Twitter está presente em todos os continentes e em todas as latitudes. No entanto, nenhuma as 3 empresas parece ter um modelo de negócio seguro (na verdade, o Twitter ainda está à procura dele). O Facebook, por exemplo, só hoje entrou em bolsa. E todas as valorizações incrementais que ao longo dos últimos anos lhe foram sendo atribuídas não eram mais afinal do que “expectativas de valor”, tal como, de certa forma, ainda são hoje, mesmo com a cotação em bolsa. Ou seja: percebe-se que qualquer destas empresas tem um potencial enorme, mas percebe-se pior qual é realmente o seu negócio do dia-a-dia, por comparação com essa expectativa. Mesmo no caso da Google. Claro que a Google faz milhões em publicidade, mas faz esses milhões com biliões de utilizadores e triliões de utilizações. Como sabe bem quem explora um media tradicional e o respectivo website, ganha-se mais dinheiro por cada “eyeball” no papel, por exemplo, do que com 100 na web. O que isso significa é que só a escala salva a Google (e o Facebook, que tem o mesmo modelo de negócio). Se não fosse a escala enorme em que estas empresas se movimentam – Google, Facebook, Twitter, etc – qualquer delas seria um insucesso económico. Porque é que não há concorrentes (reais) da Google ou do Facebook ou do Twitter? Já pensaram? É por isso mesmo: porque concorrentes mais pequenos não têm escala para serem rentáveis! Para termos uma noção da situação basta imaginarmos o que seria uma BP ou um Wal-Mart com mais de 800 milhões de clientes! É esta a escala a que operam estes gigantes com pés de barro!
Por isso é um erro dizer que estas empresas estão a mudar o modelo de negócio. Wrong! Elas estão a “pulverizar” o modelo de negócio! Isso sim! Como aliás os media tradicionais sabem muito bem. É óbvio que elas estão a “desregular” algo, mas não é claro que estejam a “regular” o que quer que seja! Provavelmente ainda iremos descobrir que no futuro os negócios estarão organizados de uma maneira muito diferente. Ou até que não haverá negócios, apenas serviços sem fins lucrativos! Não sabemos como será o futuro. Mas sabemos que provavelmente não é isto que hoje temos: um gigante em cada sector, com uma escala enormíssima e uma rentabilidade minúscula.
O que parece – hoje – é que estes gigantes – Google, Facebook, Twitter — são mais plataformas do que empresas; são mais um serviço público do que um negócio. E é por isso – só por isso! – que esperamos que elas estejam do lado do Bem e não do lado do Mal! E é por isso que tantas vezes nos incomodamos e revoltamos com os seus “termos de serviço” e as suas “políticas de privacidade”. Alguém alguma vez procurou saber quais são os Termos de Serviço e a Política de Privacidade do Pingo Doce?
Isto está mesmo a mudar. Muito e depressa. Não sabemos é para onde!"
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